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Max Verstappen alcançou ontem uma das vitórias mais marcantes – senão a mais marcante – da sua carreira, ao vencer o GP do Brasil, que foi um dos Grandes Prémios mais atribulados e espetaculares em muito anos de Fórmula 1. A Alpine conseguiu um duplo pódio que teve tanto de inesperado como de extraordinário com Esteban Ocon em segundo na frente de Pierre Gasly.
Foi a primeira vitória de Max Verstappen desde o GP de Espanha de Fórmula 1. E este regresso às vitórias veio na altura certa, pois desta forma Verstappen desferiu aquela que foi praticamente a machadada final nas aspirações de Lando Norris em alcançar o título de pilotos.
A corrida foi um verdadeiro espetáculo de imprevisibilidade, com a chuva a marcar presença desde o início até ao fim do GP. Em consequência da chuva, os acidentes foram acontecendo e tiveram um papel decisivo no desenrolar da corrida. O asfalto molhado, traiçoeiro e incerto, trouxe desafios imensos para os pilotos, obrigando-os a tomar decisões rápidas e por vezes arriscadas.
Se as primeiras voltas já prenunciavam um caos iminente, com incidentes a cada curva e pilotos a perderem o controlo, a primeira entrada do Safety Car baralhou completamente classificações e estratégias, abrindo oportunidades inesperadas.
Sorte foi uma palavra muito utilizada no final da corrida tanto por alguma mídia como por alguns pilotos, entre os quais Lando Norris, para justificar a aula de condução à chuva que Max Verstappen ontem deu em Interlagos. Mas talvez “timing perfeito” seja uma explicação mais objetiva e justa para referir a vantagem que Verstappen conseguiu ao trocar de pneus apenas durante uma situação de bandeira vermelha. Por questões de objetividade, convém referir que Verstappen largou da 17ª posição na grelha e no final da 1ª volta já se encontrava na 10ª posição. À 32ª volta, quando surgiu a bandeira vermelha, Verstappen ocupava a 2ª posição.
Numa corrida marcada pela incerteza e numa pista tão molhada, Max Verstappen destacou-se de forma clara e simplesmente não teve adversários a partir de determinada fase da corrida. Se as coisas pareciam poucos favoráveis ao piloto neerlandês durante boa parte do fim de semana, com a troca de motor e a consequente penalização, a que se seguiu algum azar na qualificação, eis que na corrida tudo se virou por completo a seu favor e o neerlandês fez o resto em pista. Se na primeira parte da corrida as coisas não estavam famosas em termos ‘matemáticos’, para o piloto da Red Bull, nessa altura ele já estava a minimizar claramente os ‘estragos’, preparando-se para não terminar muito longe de Lando Norris, mas com a interrupção da corrida na volta 32 devido ao acidente de Franco Colapinto, Verstappen que ainda não tinha parado para trocar de pneus, viu ali a oportunidade de virar definitivamente a corrida a seu favor e quando a corrida recomeçou teve paciência para atacar no momento certo, passando o então líder Esteban Ocon e indo para a frente da corrida que acabou por vencer com grande avanço. Desta forma e aliado ao facto de Lando Norris ter feito um percurso inverso, tendo uma boa primeira parte da corrida e uma segunda parte a roçar o miserável, pois após o último Safety Car, saiu de pista a caiu de quinto para sétimo, traçando logo ali boa parte das suas hipóteses no campeonato, pois a única coisa que conseguiu depois foi passar para a frente de Oscar Piastri (por ordem da equipa), terminando em sexto.
Foi também uma grande corrida para a Alpine, com a chuva a igualar muito mais o nível dos carros e fazendo sobressair o trabalho dos pilotos. Nesse aspeto, Esteban Ocon e Pierre Gasly são das melhores duplas do plantel, e na fase final da corrida, tendo ficado em primeiro (Ocon) e terceiro (Gasly) após o terceiro Safety Car, sabendo da importância que tem para a equipa a sua classificação nos primeiros lugares, tudo fizeram para não errar, deixando Verstappen se afastar, mantendo-se num nível de andamento seguro, que acabou por lhes render uma excelente maquia de pontos, dando com isso um enorme salto no Mundial de Construtores, de nono para sexto.
George Russell, da Mercedes, terminou em 4º, ele que depois da interrupção da corrida bem tentou passar Pierre Gasly sem nunca o conseguir. Logo atrás, em 5º, terminou Charles Leclerc (Ferrari) que deixou fugir o piloto da Mercedes, mantendo no entanto, atrás de si Lando Norris (McLaren), que nunca conseguiu incomodar verdadeiramente o piloto da Ferrari, sendo ele o grande perdedor desta corrida. Norris, numa corrida onde poderia ter ganho, não teve a sorte do seu lado com a interrupção, mas isso não justifica tudo, uma vez que depois da interrupção não fez muito para melhorar a sua posição, bem antes pelo contrário, caiu posições devido a um erro. O campeonato não ficou decidido, mas a partir daqui, só mesmo um cataclismo levará Verstappen a perder o campeonato.
Destaque ainda para Liam Lawson que terminou em nono, pela segunda vez em três corridas. Começou em quinto, foi cedo às boxes, o que foi um erro, mas a equipa arriscou, pois poderia beneficiar disso. Depois teve boas lutas em pista, sobressaindo novamente a luta que deu a Sergio Pérez, marcando uma posição.
E por último, referir que Lewis Hamilton terminou no derradeiro lugar pontuável. Teve uma corrida difícil, muito abaixo das suas expetativas, tendo-se queixado todo o fim de semana dos ressaltos dados pelo carro. O asfalto de Interlagos é novo, mas irregular, e o inglês terá sofrido com isso. Começou em 14º, terminando apenas em 10º, o que diz bem das dificuldades que teve. Exceção feita aos abandonos, esta foi a sua pior classificação do ano.
Classificação do GP do Brasil (TOP 10):
1. Max Verstappen RED BULL RACING 2:06:54.430
2. Esteban Ocon ALPINE RENAULT +19.477s
3. Pierre Gasly ALPINE RENAULT +22.532s
4. George Russell MERCEDES+23.265s
5. Charles Leclerc FERRARI +30.177s
6. Lando Norris MCLAREN MERCEDES +31.372s
7. Yuki Tsunoda RB HONDA RBPT +42.056s
8. Oscar Piastri MCLAREN MERCEDES +44.943s
9. Liam Lawson RB HONDA RBPT +50.452s
10. Lewis Hamilton MERCEDES +50.753s
Classificação do Mundial de Pilotos (TOP 5):
1. Max Verstappen RED BULL RACING RBPT 393 pts
2. Lando Norris MCLAREN MERCEDES 331 pts
3. Charles Leclerc FERRARI 307 pts
4. Oscar Piastri MCLAREN MERCEDES 262 pts
5. Carlos Sainz FERRARI 244 pts
Classificação do Mundial de Construtores (TOP 5):
1. McLaren Mercedes 593 pts
2. Ferrari 557 pts
3. Red Bull Racing Honda RBPT 544 pts
4. Mercedes 382 pts
5. Aston Martin Mercedes 86 pts
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