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O mítico circuito de Monza, que irá receber neste fim de semana o GP de Itália de Fórmula 1, foi alvo de uma renovação profunda do asfalto, tendo sido recentemente repavimentado na totalidade. Esta intervenção faz parte de uma grande reforma ao circuito exigida pela direção da F1 para que a pista de Monza possa ser modernizada e assim manter-se no calendário. Os trabalhos incluíram ainda obras nos túneis de acesso e nas infraestruturas da pista.
O novo asfalto de Monza (mais escuro e liso que o anterior), parece pronto para agitar as coisas no GP da Itália neste fim de semana. Geralmente o novo asfalto de uma pista tem um grande impacto nas suas características, e os primeiros indícios apontam para já numa mudança notável que pode tornar-se num grande assunto durante o fim de semana de Monza. Uma das principais descobertas feitas durante uma inspeção que os engenheiros da Pirelli levaram a cabo no início de Agosto à nova superfície foi que a sua coloração mais escura significa que a pista retém mais calor do que a superfície antiga, algo que poderá ter um grande impacto nas temperaturas dos pneus. Numa nota informativa enviada pela Pirelli, foi mencionado o seguinte: “Como geralmente acontece com asfalto recém-colocado, a superfície é mais lisa do que a anterior e de cor mais escura. Este último factor terá impacto na temperatura da pista, que, caso o céu esteja limpo e o sol a brilhar, poderá ficar mais quente do que no passado, podendo mesmo chegar a atingir máximas significativas superiores a 50°C. Em teoria, a nova superfície deve oferecer mais aderência, o que afetará o desempenho dos pneus e sua faixa de temperatura operacional.”
Como as primeiras previsões meteorológicas apontam para temperaturas na casa dos 30°C durante todo o evento, provavelmente a luta que a maioria das equipes enfrentará no fim de semana será para garantir que seus pneus não sobreaqueçam. Esse desafio pode não ser uma boa notícia para a Mercedes, uma vez que o W15 parece ser um dos carros mais suscetíveis ao sobreaquecimento dos pneus em condições de calor e à queda da faixa de temperatura operacional ideal. Isso verificou-se em corridas mais quentes, como Espanha, Áustria e Hungria, onde era mais difícil manter a temperatura dos pneus sob controle, e onde a Mercedes ficou mais atrás do que em eventos mais frios, como por exemplo os GPs do Canadá e da Grã-Bretanha. O próprio Andrew Shovlin (Diretor de operações de pista da Mercedes), destacou antes das férias de Verão, que o gerenciamento da temperatura dos pneus é uma área em que a Mercedes precisa melhorar: “Sabemos que precisamos trabalhar nessa área. Temos planos para fazer isso, mas esse não é o tipo de problema que pode ser consertado com uma única atualização aerodinâmica. Será o resultado de alguns desenvolvimentos para tentar superar isso.”
Embora as indicações iniciais não pareçam ideais para a Mercedes, a maioria das equipes admite que há um grau de incerteza sobre o impacto das mudanças em Monza, pelo que todas as equipas irão para Monza um pouco “às escuras” relativamente ao impacto do novo asfalto. Carlos Sainz, da Ferrari, que foi autor da pole position no ano passado, disse que não tinha certeza de quem a nova superfície ajudaria mais: “O circuito foi reasfaltado, então encontraremos uma Monza muito diferente dos últimos anos”.
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